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terça-feira, abril 27, 2010

Mídia e a Escola - Fernando Rosseti

"A revolução nas tecnologias de informação e comunicação, acelerada pela internet, implica mudanças radicais na maneira como os seres humanos dialogam, constroem conhecimento e transmitem experiências e valores. Mais do que nunca, as pessoas precisam hoje aprender a lidar com as diversas mídias, para poder, de facto, exercer sua cidadania.
Educação
O campo da educação passa hoje por enormes transformações no plano internacional e, mais ainda, no nacional. Expressões como sociedade do conhecimento, sociedade da informação, “lifelong learning” (“aprendizagem ao longo da vida” ou “formação continuada”), cidades educadoras, entre muitas outras, são rapidamente incorporadas ao vocabulário quotidiano de boa parte dos cidadãos e, mais especialmente, dos educadores.
Comunicação
No campo da comunicação, as mudanças são ainda maiores. A confusão actual em torno dos suportes para a música é um bom exemplo disso. Nestes primeiros anos de século XXI ninguém sabe ainda qual será o suporte predominante para a circulação da música. O disco de vinil praticamente está extinto e os CDs já estão ficando defasados. Surgem sites na internet especializados em disponibilizar músicas, com diversos programas, a maioria deles não compatíveis entre si. Novos aparelhos de reprodução de músicas são lançados em grande número e variedade, por vezes acoplados a outras tecnologias de comunicação, como telemmóvel.
Jornais impressos agora disputam leitores com a internet e sua capacidade quase infinita de armazenar e transmitir informações. A produção de vídeos vem barateando a tal ponto que é possível imaginar, num futuro próximo, todas as escolas com acesso a esse tipo de produção.
A segmentação da mídia e a facilidade de produzi-la gera uma proliferação de vozes a serem ouvidas, contrastando com a concentração e o fortalecimento dos grandes conglomerados de comunicação.
Os avanços tecnológicos dos veículos de comunicação, assim como as tecnologias do telemóvel e os programas de bate-papo em tempo real para computadores, implicam uma directa mudança de comportamento social, que influêncuia no relacionamento interpessoal e na construção da identidade. Isso tudo é intensificado pela força cada vez mais impetuosa da publicidade e seu discurso “Eu sou o que consumo”.
Essas mudanças na comunicação produzem forte impacto na educação e na própria cultura facto
destacado por todos os projectos analisados. Aqui também se multiplicam as pesquisas, que propõem novos campos de actuação social, como a educomunicação. Esse é um movimento antigo considerando que cada nova tecnologia de comunicação e informação resulta em debate teórico, que vem desde a prensa de Gutemberg, no século XV, até os dias de hoje. A questão principal é a velocidade que as inovações tecnológicas adquiriram na recente virada de milênio.
Participação
Transformações não menos significativas vêm ocorrendo no campo da participação. Elas podem ser bem ilustradas, no plano internacional, pela queda do Muro de Berlim, em 1989, e o que ela representou para a fundamentação ideológica das ações sociais, públicas e privadas.
No Brasil, a redemocratização do país promoveu e ampliou o emprego de expressões como direitos humanos, direitos das crianças e adolescentes, protagonismo juvenil e a própria participação. A palavra cidadania, de tão usada, chegou a perder impacto.
Sob esse ponto de vista, é preciso considerar ainda a profunda reestruturação que vem acontecendo na economia mundial, exemplificada pela globalização e suas implicações na formação dos cidadãos e na inclusão social".

REFERÊNCIA:
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